quarta-feira, 27 de julho de 2011

SÃO JOAQUIM E SANTA ANA AVÓS DE JESUS






SÃO JOAQUIM E SANTA ANA AVÓS DE JESUS

O TEMPO PASSOU. A VELHICE CHEGOU. E AGORA?
Dia 26/07, é comemorado o dia dos avós, bem como, a Igreja celebra os avós maternos de Jesus São Joaquim e Sant'Ana. Por isso, faço aqui uma homenagem a todos os avôs e avós do mundo inteiro e de um modo muito especial ao meus: Teodorico Baena e Zilda Muniz, João Pamplona Muniz e Florência Palheta dos Santos Muniz; Maria Madalena de Jesus (Vovó Iraci), Izaías Fernandes e Izabel de Jesus (In Memoriam).
 Abaixo um lindo trecho retirado do livro "Quando o sofrimento bater à sua porta", do Padre Fábio de Melo, que por sua vez, cita  o poema "pediido de adoção", da escritora Mineira Adélia Prado.
A juventude é um período que favorece muitas fugas. A vitalidade do corpo, a vida agitada, os muitos compromissos, as múltiplas possibilidades, tudo faz com que esse tempo da vida seja naturalmente dinâmico. A impulsividade é a marca dessa fase.
Com o passar do tempo essa dinâmica vai se transformando. Vamos ficando mais lentos, mais criteriosos, e o leque que antes era formado de inúmeras possibilidades vai se tornando mais estreito.
São as estações da vida e suas mudanças constantes. São os encaminhamentos naturais do tempo a nos conduzir ao lugar da pergunta - E agora? O tempo passou e a velhice chegou e agora?

"Pedido de Adoção"
Estou com muita saudade
de ter mãe,
pele vincada, cabelos para trás,
os dedos cheios de nós, tão velha,
quase podendo ser a mãe de Deus,
_ não fosse tão pecadora.
Mas esta velha sou eu,
minha mãe morreu na roça,
os olhos cheios de brilho,
a cara cheia de susto.
Ó meu Deus, pensava
que só de crianças se falava:
as órfãs.

O sentimento da orfandade lhe confere a coragem de querer o retorno no tempo, de driblar a crueza de sua idade e reivindicar o direito de ter um colo onde deitar a cabeça e receber os cuidados maternos.
A personagem manifesta o desejo de voltar a se enrolar no tecido da descendência, como se quisesse suturar sua carne já envelhecida à carne jovem de sua mãe, que só existe em suas saudades, e assim rejuvenescer.
É a personagem diante do fato inevitável de que o tempo passou e que agora, velha, como um dia estivera sua mãe, reconhece em sua alma a mesma condição em que costumamos classificar as crianças órfãs.
A personagem e a velhice. Destino inevitável que os pés humanos encontrarão ao longo da existência. Não há outro jeito. É  regra da vida. Envelhecer é um processo natural.
O corpo, que antes possuía uma vitalidade extraordinária, aos poucos, bem aos poucos,, vai se curvando aos ditames do tempo. Estamos expostos aos efeitos do chronos, o tempo que passa.
Desde o nascimento o corpo se encaminha para o seu processo final. Nasce direcionado para o fim, uma vez que o seu percurso terá como meta a sua desmaterialização.
Durante esse percurso viverá as diversas fases da vida, extraindo de cada uma delas suas possibilidades e seus limites.

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