sábado, 30 de abril de 2011

JOÃO PAULO II






Aberto túmulo de João Paulo II
Corpo do papa polonês será trasladado à Basílica vaticana no domingo
Por Chiara Santomiero
ROMA, sexta-feira, 29 de abril de 2011 (ZENIT) - No início da manhã desta sexta-feira, diante de 12 pessoas, na cripta vaticana, o túmulo de João Paulo II foi aberto e retirado o caixão que abriga seu corpo.
A terceira, das três caixas que protegem o corpo do pontífice, surgiu aos olhos dos presentes. É de madeira clara. Ficou na memória de muitos através das imagens do funeral, com o Evangelho apoiado em cima, com as páginas ao vento.
O padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, explicou hoje, em uma concorrida coletiva de imprensa no Vaticano, que no caixão há uma inscrição em latim afirmando que se trata do corpo de João Paulo II, de 84 anos, 10 meses e 15 dias, cabeça da Igreja universal durante 26 anos, 5 meses e 17 dias; e a data: ‘Anno Domini 2005’.
Na abertura do túmulo, entre outros representantes eclesiais, estavam o cardeal Angelo Comastri, e os monsenhores Giuseppe D’Andrea e Vittorio Lanzani, pela Basílica e o Capítulo de São Pedro. Junto a eles, os cardeais Tarcisio Bertone – secretário de Estado –, Giovanni Lajolo – presidente do Governo do Estado da Cidade do Vaticano –, Stanislao Dziwisz – arcebispo de Cracóvia e ex-secretário pessoal de João Paulo II –.
O cardeal Comastri entoou o canto das ladainhas da Virgem, enquanto durante um breve percurso o caixão, coberto com um lençol branco, foi acompanhado pelos presentes até o túmulo de São Pedro, ainda na cripta vaticana.
O caixão permanecerá na cripta até a manhã de domingo, quando será levado à Basílica de São Pedro, ante o altar central. Ali Bento XVI e, em seguida, os fiéis poderão prestar homenagem ao falecido pontífice.
O cardeal Bertone recitou na manhã de hoje uma breve oração que concluiu a operação de abertura do túmulo de João Paulo II. A grande lápide sepulcral que fechava até agora o túmulo será enviada à Cracóvia, para uma igreja dedicada ao beato.
A colocação definitiva do corpo de João Paulo II sob o altar da capela de São Sebastião, dentro da Basílica de São Pedro, acontecerá no final da tarde de 2 de maio, após o fechamento da Basílica. 





ROMA, sexta-feira, 29 de abril de 2011- ZENIT - Arturo Mari, o fotógrafo que acompanhou João Paulo II durante 27 anos, falou um pouco de sua trajetória em um encontro com os jornalistas celebrado nesta semana na Universidade ‘Santa Croce’, em Roma, no contexto da beatificação de Wojtyla.
Mari afirmou que desde o primeiro momento compreendeu que João Paulo II “era um santo em vida”. “‘Santo já’ – como disseram os peregrinos nos seus funerais – ele já era”, disse o fotógrafo.
Arturo Mari contou diversas histórias guardadas em sua memória. “Um 18 de maio de 1980, dia de seu aniversário, em uma visita pastoral à paróquia romana de Cristo Rei, um menino de 10 anos, vencendo a escolta, aproximou-se de João Paulo II e disse: “Oi, Papa, como vai?”, e depois lhe confiou: “escapei de casa porque é teu aniversário e eu queria te cumprimentar”. E o menino disse: “sou pobre mas te trouxe um presente”, e lhe deu um caramelo.
João Paulo II respondeu. “Mmmm, eu não o mereço”. Segundo o fotógrafo, muitas vezes Wojtyla dizia essa frase.
“Nestes dias, penso nele, que do céu verá a cerimônia de beatificação e dirá: ‘Mmmm, eu não mereço’”.
Um episódio menos conhecido, em que Mari compreendeu a força de João Paulo II, foi no Peru. Quando chegou a Iquitos, a um aeroporto com pista de terra batida, explicaram-lhe que de um lado estava o Exército e do outro, guerrilheiros do Sendero Luminoso.
Ele “subiu em uma mesa junto ao alambrado e, com um megafone, voltou-se para o Sendero Luminoso, acusando-o de crimes e dizendo, ‘eu estou aqui, vamos conversar, estou disposto a conversar’”. “Dois dias depois houve encontros. Isso dá uma ideia de quem era João Paulo II”.
Depois recordou a viagem do papa ao Sudão em 1993, após a beatificação de Josefina Bakhita. O fotógrafo recorda do papa falando em voz alta com o presidente-ditador Omar Al Bashir: “Presidente, o que está fazendo como chefe de Estado, o senhor está armando as mãos dos criminosos, incitando a vingança entre ricos e pobres, entre muçulmanos”.
O ditador contestou: “Distinto senhor, o senhor está mal informado”. O Papa replicou: “Não é preciso estar muito informado para saber o quanto o senhor está matando”. O ditador contestou: “Coloquemos uma pedra em cima”. João Paulo II acrescentou: “Envergonhe-se, o senhor um dia deverá prestar contas a Deus”. Mari recordou que hoje  Al Bashir é considerado criminoso de guerra.
O fotógrafo explicou que em sua vida profissional nunca teve proibições ou dificuldades, quando tinha de fotografar o papa, em dias de trabalho que começavam às 6h30 e muitas vezes se estendiam até às 23h.
A foto mais emocionante: “em sua capela privada, numa Sexta-feira Santa, quando tinha a cruz na mão; apoiou na fronte e no coração a cruz com tal força que suas unhas ficam vermelhas. Mistério da cruz. Seu grande sofrimento”. “Estando próximo de João Paulo II, vi muitas encíclicas. Mas a última foi a do sofrimento”.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O CULTIVO DA ALEGRIA E DO BOM HUMOR











O CULTIVO DA ALEGRIA E DO BOM HUMOR

Na Bíblia a palavra alegria é citada 169 vezes. Fruto do amor, esse sentimento é a melhor forma de combate à depressão, às frustrações e até mesmo às enfermidades.
Na palavra de Deus, estão relacionadas, abaixo, algumas passagens que poderão servir de incentivo no dia a dia das pessoas.
No livro dos Salmos (43[42}a), pode-se encontrar: "Irei ao altar de Deus, ao Deus que é minha alegria e meu júbilo".
Nos Evangelos, Lucas (2, 10b) apresenta estas palavras de Jesus: "Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo".
O mesmo evangelista escreve(24,51-52): "E enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi elevado ao céu. eles o adoraram. Em seguida, voltaram para Jerusalém, "com grande alegria" .
Em João 15,11, aparece a seguinte frase: "Eu vos disse isso , para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa  alegria seja completa" . nas cartas de sao paulo , a "alegria" está presente em Gálatas 5,22a: "  O fruto do Espírito, porém, é: Amor, alegria, paz..." e em Filipenses 4,4: "Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, Alegrai-vos!".

De acordo com a Sagrada Escrituram. é possível perceber a Alegria de Jesus, acompanhado pelas crianças ou na casa de Maria, Lázaro e Zaqueu, seus amigos nas Bodas de Caná e na Multiplicação dos Pães, esse sentimento se mistura a outro, também muito importante: A fraternidade entre as pessoas.

O ato de sorrir é benéfico tanto para o corpo quanto para o Espírito. Exercite-o com frequência!


Pe. Donato Darós

quinta-feira, 28 de abril de 2011

COMO É GRANDE VOSSO AMOR...




SALMO 8
— Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso amor por todo o universo!
— Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso amor por todo o universo!

— Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso amor por todo o universo!
Perguntamos: “Senhor, que é o homem para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”
— Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poder sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes:
— As ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas.

— Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso amor por todo o universo!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O MENINO QUE DESCOBRIU AS PALAVRAS










O MENINO QUE DESCOBRIU AS PALAVRAS


Era, uma vez, um menino
Que, ainda bem pequenino,
Descobriu, todo contente,
Que palavra é que nem gente:
Umas são festa e alegria,
Como palhaço e folia;
Outras são sempre tristeza,
Como doença e pobreza.

Percebeu o menininho
Que a palavra carinho
Até as plantas entendem,
Todos os seres  compreendem,
Não se conteve e gritou:
"Carinho é filho do Amor!"

O menino descobriu,
Ficou feliz e sorriu,
Que algumas são brilho, luz,
Como a palavra Jesus;
Outras são dura verdade,
Como tempo, dor, saudade;
Palavras, pura beleza,
Como homem e natureza.

Palavras, só emoção,
Como poesia e canção.

Descobriu que a mais querida
É sempre a palavra Vida.

O menino, então, dormiu
E uma palavra o cobriu,
Lençol que não é de pano,
Feito de paz e de sono.

(Cineas Santos e Archanjo)




terça-feira, 26 de abril de 2011

EU VI O SENHOR!







"EU VI O SENHOR!"


Maria, em lágrimas, inclina-se e olha para dentro do túmulo. Ela já tinha, todavia, constatado que estava vazio, e tinha anunciado o desaparecimento do Senhor. Por que se inclina então ainda? Por que quer ver novamente? Porque o amor não se contenta com um único olhar. O amor é uma conquista sempre mais ardente. Ela já O procurou, mas em vão. Obstina-se e acaba por descobrir.

No Cântico dos Cânticos, a Igreja dizia do mesmo Esposo: «No meu leito, de noite, procurei aquele que o meu coração ama. Procurei-o, mas não o encontrei. Vou levantar-me e percorrer a cidade; pelas ruas e pelas praças, vistes aquele que o meu coração ama?» (Ct 3, 1-2).

Duas vezes ela exprime sua decepção: «Procurei-o, mas não o encontrei!» Mas o sucesso vem, por fim, coroar o esforço: «Os guardas encontraram-me, aqueles que fazem ronda pela cidade. Vistes aquele que o meu coração ama? Mal os ultrapassei, encontrei aquele que o meu coração ama » (Ct 3,3-4).

E nós, quando é que, em nossos leitos, procuraremos o Amado? Durante os breves repousos desta vida, quando suspiramos pela ausência do nosso Redentor. Nós O procuramos na noite, pois, apesar do nosso espírito já estar desperto para Ele, os nossos olhos só veem a Sua sombra. Mas, como não encontramos nela o Amado, levantemo-nos; percorramos a cidade, ou seja, a assembleia dos eleitos. 

Procuremos de todo o coração. Procuremos nas ruas e nas praças, ou seja, nas passagens escarpadas da vida ou nos caminhos espaçosos. Abramos os olhos, procuremos aí os passos do nosso Bem-Amado.

Esse desejo fez Davi dizer: «A minha alma tem sede do Deus vivo. Quando irei ver a face de Deus? Sem descanso, procurai a Sua face» (Sl 42,3).

Lembro a você que ver o Senhor é ver nosso próprio destino. Nós fomos criados para a eternidade, na vida em comunhão com Deus. 

Chore, grite, apresente a Jesus sua tristeza e necessidade, pois Ele lhe responderá chamando o seu nome, como chamou o de Maria. E dirá: “Por que choras? Eu estava morto, mas agora vivo para sempre e tenho as chaves de tudo nas mãos. Posso abrir e fechar. Peça o que quiser e eu lhe darei“.


Padre Bantu Mendonça

segunda-feira, 25 de abril de 2011

SANTA TERESA DE JESUS















CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Sala Paulo VI para a audiência geral.

***
Queridos irmãos e irmãs:
Ao longo das catequeses que eu quis dedicar aos Padres da Igreja e a grandes figuras de teólogos e mulheres da Idade Média, pude falar sobre alguns santos e santas que foram proclamados Doutores da Igreja por sua eminente doutrina. Hoje, eu gostaria de começar com uma breve série de encontros para completar a apresentação dos Doutores da Igreja.
E iniciamos com uma santa que representa um dos cumes da espiritualidade cristã de todos os tempos: Santa Teresa de Jesus. Ela nasceu em Ávila, Espanha, em 1515, com o nome de Teresa de Ahumada. Em sua autobiografia, ela menciona alguns detalhes da sua infância: o nascimento "de pais virtuosos e tementes a Deus", em uma grande família, com nove irmãos e três irmãs. Ainda jovem, com pelo menos 9 anos, leu a vida dos mártires, que inspiram nela o desejo de martírio, tanto que chegou a improvisar uma breve fuga de casa para morrer como mártir e ir para o céu (cf. Vida 1, 4): "Eu quero ver Deus", disse a pequena aos seus pais. Alguns anos mais tarde, Teresa falou de suas leituras da infância e afirmou ter descoberto a verdade, que se resume em dois princípios fundamentais: por um lado, que "tudo o que pertence a este mundo passa"; por outro, que só Deus é para "sempre, sempre, sempre", tema que recupera em seu famoso poema: "Nada te perturbe, nada te espante; tudo passa, só Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem tem a Deus, nada lhe falta. Só Deus basta!". Ficando órfã aos 12 anos, pediu à Virgem Santíssima que fosse sua mãe (cf. Vida 1,7).
Se, na adolescência, a leitura de livros profanos a levou às distrações da vida mundana, a experiência como aluna das freiras agostinianas de Santa Maria das Graças, de Ávila, e a leitura de livros espirituais, em sua maioria clássicos da espiritualidade franciscana, ensinaram-lhe o recolhimento e a oração. Aos 20 anos de idade, entrou para o convento carmelita da Encarnação, sempre em Ávila. Três anos depois, ela ficou gravemente doente, tanto que permaneceu por quatro dias em coma, aparentemente morta (cf. Vida 5, 9). Também na luta contra suas próprias doenças, a santa vê o combate contra as fraquezas e resistências ao chamado de Deus. Escreve: "Eu desejava viver porque compreendia bem que não estava vivendo, mas estava lutando com uma sombra de morte, e não tinha ninguém para me dar vida, e nem eu poderia tomá-la, e Aquele que podia dá-la a mim, estava certo em não me socorrer, dado que tantas vezes me voltei contra Ele, e eu o havia abandonado" (Vida 8, 2). Em 1543, ela perdeu a proximidade da sua família: o pai morre e todos os seus irmãos, um após o outro, migram para a América. Na Quaresma de 1554, aos 39 anos, Teresa chega o topo de sua luta contra suas próprias fraquezas. A descoberta fortuita de "um Cristo muito ferido" marcou profundamente a sua vida (cf. Vida 9). A santa, que naquele momento sente profunda consonância com o Santo Agostinho das "Confissões", descreve assim a jornada decisiva da sua experiência mística: "Aconteceu que...de repente, experimentei um sentimento da presença de Deus, que não havia como duvidar de que estivesse dentro de mim ou de que eu estivesse toda absorvida n'Ele" (Vida 10, 1). Paralelamente ao amadurecimento da sua própria interioridade, a santa começa a desenvolver, de forma concreta, o ideal de reforma da Ordem Carmelita: em 1562, funda, em Ávila, com o apoio do bispo da cidade, Dom Álvaro de Mendoza, o primeiro Carmelo reformado, e logo depois recebe também a aprovação do superior geral da Ordem, Giovanni Battista Rossi. Nos anos seguintes, continuou a fundação de novos Carmelos, um total de dezessete. Foi fundamental seu encontro com São João da Cruz, com quem, em 1568, constituiu, em Duruelo, perto de Ávila, o primeiro convento das Carmelitas Descalças. Em 1580, recebe de Roma a ereção a Província Autônoma para seus Carmelos reformados, ponto de partida da Ordem Religiosa dos Carmelitas Descalços. Teresa termina sua vida terrena justamente enquanto está se ocupando com a fundação.
Em 1582, de fato, tendo criado o Carmelo de Burgos e enquanto fazia a viagem de volta a Ávila, ela morreu, na noite de 15 de outubro, em Alba de Tormes, repetindo humildemente duas frases: "No final, morro como filha da Igreja" e "Chegou a hora, Esposo meu, de nos encontrarmos". Uma existência consumada dentro da Espanha, mas empenhada por toda a Igreja. Beatificada pelo Papa Paulo V, em 1614, e canonizada por Gregório XV, em 1622, foi proclamada "Doutora da Igreja" pelo Servo de Deus Paulo VI, em 1970. Teresa de Jesus não tinha formação acadêmica, mas sempre entesourou ensinamentos de teólogos, literatos e mestres espirituais. Como escritora, sempre se ateve ao que tinha experimentado pessoalmente ou visto na experiência de outros (cf. Prefácio do "Caminho de Perfeição"), ou seja, a partir da experiência. Teresa consegue tecer relações de amizade espiritual com muitos santos, especialmente com São João da Cruz. Ao mesmo tempo, é alimentada com a leitura dos Padres da Igreja, São Jerônimo, São Gregório Magno, Santo Agostinho. Entre suas principais obras, deve ser lembrada, acima de tudo, sua autobiografia, intitulada "Livro da Vida", que ela chama de "Livro das Misericórdias do Senhor". Escrito no Carmelo de Ávila, em 1565, conta o percurso biográfico e espiritual, por escrito, como diz a própria Teresa, para submeter a sua alma ao discernimento do "Mestre dos espirituais", São João de Ávila. O objetivo é manifestar a presença e a ação de um Deus misericordioso em sua vida: Para isso, a obra muitas vezes inclui o diálogo de oração com o Senhor. É uma leitura fascinante, porque a santa não apenas narra, mas mostra reviver a profunda experiência do seu amor com Deus. Em 1566, Teresa escreveu o "Caminho da perfeição", chamado por ela de "Admoestações e conselhos" que dava às suas religiosas. As destinatárias são as doze noviças do Carmelo de São José, em Ávila. Teresa lhes propõe um intenso programa de vida contemplativa ao serviço da Igreja, em cuja base estão as virtudes evangélicas e a oração. Entre os trechos mais importantes, destaca-se o comentário sobre o Pai Nosso, modelo de oração. A obra mística mais famosa de Santa Teresa é o "Castelo Interior", escrito em 1577, em plena maturidade. É uma releitura do seu próprio caminho de vida espiritual e, ao mesmo tempo, uma codificação do possível desenvolvimento da vida cristã rumo à sua plenitude, a santidade, sob a ação do Espírito Santo. Teresa refere-se à estrutura de um castelo com sete "moradas", como imagens da interioridade do homem, introduzindo, ao mesmo tempo, o símbolo do bicho da seda que renasce em uma borboleta, para expressar a passagem do natural ao sobrenatural. A santa se inspira na Sagrada Escritura, especialmente no "Cântico dos Cânticos", para o símbolo final dos "dois esposos", que permite descrever, na sétima "morada", o ápice da vida cristã em seus quatro aspectos: trinitário, cristológico, antropológico e eclesial. À sua atividade fundadora dos Carmelos reformados, Teresa dedica o "Livro das fundações", escrito entre 1573 e 1582, no qual fala da vida do nascente grupo religioso. Como na autobiografia, a história é dedicada principalmente a evidenciar a ação de Deus na fundação dos novos mosteiros.
Não é fácil resumir em poucas palavras a profunda e complexa espiritualidade teresiana. Podemos citar alguns pontos-chave. Em primeiro lugar, Santa Teresa propõe as virtudes evangélicas como base da vida cristã e humana: em particular, o desapego dos bens ou a pobreza evangélica (e isso diz respeito a todos nós); o amor de uns aos outros como elemento essencial da vida comunitária e social; a humildade e o amor à verdade; a determinação como resultado da audácia cristã; a esperança teologal, que descreve como sede de água viva. Sem esquecer das virtudes humanas: afabilidade, veracidade, modéstia, cortesia, alegria, cultura. Em segundo lugar, Santa Teresa propõe uma profunda sintonia com os grandes personagens bíblicos e a escuta viva da Palavra de Deus. Ela se sente em consonância sobretudo com a esposa do "Cântico dos Cânticos", com o apóstolo Paulo, além de com o Cristo da Paixão e com Jesus Eucarístico.
A santa enfatiza, depois, quão essencial é a oração: rezar significa "tratar de amizade com Deus, estando muitas vezes tratando a sós com quem sabemos que nos ama" (Vida 8, 5). A ideia de Santa Teresa coincide com a definição que São Tomás Aquino dá da caridade teologal, como amicitia quaedam hominis ad Deum, uma espécie de amizade entre o homem e Deus, quem primeiro ofereceu sua amizade ao homem (Summa Theologiae II-ΙI, 23, 1). A iniciativa vem de Deus. A oração é vida e se desenvolve gradualmente, em sintonia com o crescimento da vida cristã: começa com a oração vocal, passa pela interiorização, através da meditação e do recolhimento, até chegar à união de amor com Cristo e com a Santíssima Trindade. Obviamente, este não é um desenvolvimento no qual subir degraus significa abandonar o tipo de oração anterior, mas um gradual aprofundamento da relação com Deus, que envolve toda a vida. Mais que uma pedagogia da oração, a de Teresa é uma verdadeira "mistagogia": ela ensina o leitor de suas obras a rezar, rezando ela mesma com ele; frequentemente, de fato, interrompe o relato ou a exposição para fazer uma oração.
Outro tema caro à santa é a centralidade da humanidade de Cristo. Para Teresa, na verdade, a vida cristã é uma relação pessoal com Jesus que culmina na união com Ele pela graça, por amor e por imitação. Daí a importância que ela atribui à meditação da Paixão e à Eucaristia, como presença de Cristo na Igreja, para a vida de cada crente e como coração da liturgia. Santa Teresa vive um amor incondicional à Igreja: ela manifesta um vivo sensus Ecclesiae frente a episódios de divisão e conflito na Igreja do seu tempo. Reforma a Ordem Carmelita com a intenção de servir e defender melhor a "Santa Igreja Católica Romana" e está disposta a dar sua vida por ela (cf. Vida 33, 5).
Um último aspecto fundamental da doutrina de Teresa que eu gostaria de sublinhar é a perfeição, como aspiração de toda vida cristã e sua meta final. A Santa tem uma ideia muito clara da "plenitude" de Cristo, revivida pelo cristão. No final do percurso do "Castelo Interior", na última "morada", Teresa descreve a plenitude, realizada na inabitação da Trindade, na união com Cristo mediante o mistério da sua humanidade.
Queridos irmãos e irmãs, Santa Teresa de Jesus é uma verdadeira mestra de vida cristã para os fiéis de todos os tempos. Em nossa sociedade, muitas vezes desprovida de valores espirituais, Santa Teresa nos ensina a ser incansáveis testemunhas de Deus, da sua presença e da sua ação; ensina-nos a sentir realmente essa sede de Deus que existe em nosso coração, esse desejo de ver Deus, de buscá-lo, de ter uma conversa com Ele e de ser seus amigos. Esta é a amizade necessária para todos e que devemos buscar, dia após dia, novamente.
Que o exemplo desta santa, profundamente contemplativa e eficazmente laboriosa, também nos encoraje a dedicar a cada dia o tempo adequado à oração, a esta abertura a Deus, a este caminho de busca de Deus, para vê-lo, para encontrar a sua amizade e, por conseguinte, a vida verdadeira; porque muitos de nós deveríamos dizer: "Eu não vivo, não vivo realmente, porque não vivo a essência da minha vida". Porque este tempo de oração não é um tempo perdido, é um tempo no qual se abre o caminho da vida; abre-se o caminho para aprender de Deus um amor ardente a Ele e à sua Igreja; e uma caridade concreta com nossos irmãos. Obrigado.
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs,
Santa Teresa de Jesus, nascida no século XVI, é um dos vértices da espiritualidade cristã de todos os tempos, e deu início, junto com São João da Cruz, à Ordem dos Carmelitas descalços. Apesar de não possuir uma formação acadêmica, sempre soube se alimentar dos ensinamentos de teólogos, literatos e mestres espirituais. Suas principais obras são: "O livro da Vida"; "Caminho da perfeição"; "Castelo Interior" e "O Livro das Fundações". Entre os elementos essenciais da sua espiritualidade, podemos destacar, em primeiro lugar, as virtudes evangélicas, base de toda a vida cristã e humana. Depois, Santa Teresa insiste na importância da oração, entendida como relação de amizade com Aquele que se ama. A centralidade da humanidade de Cristo, outro tema que lhe era muito caro, ensina que a vida cristã é uma relação pessoal com Jesus, a qual culmina na união com Ele pela graça, pelo amor e pela imitação. Por fim, está a perfeição, aspiração e meta de toda vida cristã, realizada na inabitação da Santíssima Trindade, na união com Cristo através do mistério da Sua humanidade.
Dou as boas-vindas a todos os peregrinos de língua portuguesa, presentes nesta audiência! Que o exemplo e a intercessão de Santa Teresa de Jesus vos ajudem a ser, através da oração e da caridade aos irmãos, testemunhas incansáveis de Deus em uma sociedade carente de valores espirituais. Com estes votos, de bom grado, a todos abençoo.
 [Tradução: Aline Banchieri.
© Libreria Editrice Vaticana]

CASAMENTO QUASE PERFEITO











CASAMENTO QUASE PERFEITO

Transcrevi "Dicas fundamentais para um bom relacionamento" do livro "Casamento QUASE Perfeito" de Stephanie Dowrick. Ei-los:

Os momentos que talvez você não tivesse escolhido, os hábitos que acaba por descobrir, as diferenças de opinião e de experiências - tudo isso acrescenta profundidade a seu relacionamento.

Os momentos maravilhosos também são importantes. E podem ser multiplicados.

O mais importante é dizer "sim!" a tudo isso, amando e aceitando seu companheiro de todo o coração e também se permitindo ser amado e ser aceito.

Quando você se apaixona, passa a ver e a sentir a perfeição na outra pessoa.
E também consegue ver o que há de melhor em si mesmo.
Essa visão da perfeição é sagrada.
À medida que a vida se tornar mais complicada, tente manter esta visão.

Conviva com o conhecimento mais profundo de quem vocês dois são.
Respeitar a si mesmo e se sentir bem depende de como você trata as outras pessoas - especialmente as mais próximas de você.

É um circulo virtuoso: quanto melhor você tratar os outros, melhor vai se sentir.

Quanto melhor você se sentir (e quanto menos obcecado por si mesmo você for), mais fácil será ter consideração pelos outros.


Por Madalena de Jesus








sexta-feira, 15 de abril de 2011

ORAÇÃO PELA PAZ







ORAÇÃO PELA PAZ




Na admoestação de S. Francisco  de Assis, encontramos nitidamente o espírito da "Oração pela paz", conforme nos relata Leonardo Boff:

"Onde há amor e sabedoria não há medo nem ignorância

Onde há paciência e humildade não há ira nem perturbação

Onde há pobreza e alegria não há cobiça nem avareza

Onde há paz e meditação não há desassossego nem dissipação

Onde o temor de Deus guarda a casa, o inimigo não encontra portas.

Onde há misericórdia e discrição não há excesso e nem dureza de coração."

Nos relata também um dos discípulos mais místico e mais profundo de São Francisco,
 o beato Egídio de Assis:

"Se amares, serás amado;

Se venerares serás venerado

Se servires serás servido

Se tratares bem os outros 
serás também bem tratado.

Entretanto,

Bem aventurado aquele que ama sem ser amado,
Bem aventurado aquele que venera sem ser venerado,
Bem aventurado aquele que serve sem ser servido,
Bem aventurado aquele que trata bem a todos sem ser bem tratado."



Eis espelhada aqui a força do amor incondicional. 
Ama por amar, pelo valor intrínseco do ato de amar, sem esperar qualquer retribuição.
Esse é o amor que Deus tem para seus filhos e filhas, mesmo ingratos e maus.
 Esse o amor do Sagrado Coração de Jesus. 
Esse o amor que incandesceu São Francisco. Esse o amor que consome todos os místicos como São João da Cruz ou Sufi Rumi.
 Esse o amor que salva eternamente qualquer pessoa, funda a paz, redime o mundo e constitui o sentido secreto do Universo.

Madalena de Jesus










sexta-feira, 8 de abril de 2011

UMA PESSOA VIRTUOSA



 (O Pequeno Príncipe é um belo exemplo de uma pessoa virtuosa)


UMA PESSOA VIRTUOSA

Com certa frequência, a imagem da pessoa virtuosa é a de alguém amável, dócil, cordata, capaz de renunciar e de estar sempre disposta a servir aos outros. Será que a virtude seria apenas essas qualidades elencadas?

A palavra virtude, é oriunda do latim virtu, designa "o homem", "o varão" (por isso, "viril"). Então, virtu é "poder", "força", "capacidade". 

O filósofo KANT afirma que "virtude é a força de resolução que o homem revela na realização do seu Dever". Portanto, o virtuoso nada tem de frágil ou servil; pelo contrário, virtude é capacidade de ação, é potência.

A virtude, como disposição para querer o bem, supõe a coragem de assumir os valores escolhidos e de enfrentar os obstáculos que dificultam a ação. Por isso, a noção de virtude não se restringe a um ato moral apenas, mas na continuidade do agir moral. 

Aristóteles já dizia que a virtude não se restringe a um ato ocasional e fortuito, mas é resultado de um hábito. A decisão de rejeitar a violência, de perdoar uma ofensa, de não mentir, de não furtar, etc. são virtudes pois manifestam força mental (intelectual) e espiritual.



Madalena de Jesus

EM NOME DE QUEM?







EM NOME DE QUEM?



"Mesmo a mais séria profissão da Fé em Jesus, em que haja o reconhecimento de que Ele é o "SENHOR" da História, não significa nada sem a prática da vontade de DEUS."

No Evangelho de Mateus  25, 31-46 lemos sobre como seremos julgados "naquele dia", o dia em que deveremos prestar contas a DEUS.

Demos comida a quem tem fome e bebida a quem tem sede?
Acolhemos o estrangeiro? Vestimos a quem não tem roupa?
Visitamos doentes e presos?

Enfim, fizemos o bem ao necessitado, aos menores da sociedade?
Se, com nossas ações, deixamos o menor do irmão por último para preferirmos os já privilegiados, estamos de fato, perdendo a chance de nos comprometer com a justiça do reino.

E o maior dos enganos é acreditar que as injustiças estejam de acordo com a vontade de Deus.

Em nome de Jesus já se fizeram muitas gueras, já se mataram muitos inocentes, já se abençoaram muitas injustiças...

Compreender o Reino de Deus e a sua dinâmica é, portanto, fundamental. Pois não pode existir maior tristeza e arrependimento do que ouvir do próprio DEUS as palavras:"Não conheço vocês afastem-se de mim malfeitores."

Dizer-se Cristão e praticar ações contrárias ao que o Mestre Viveu e ensinou é como construir uma casa sobre a areia, que acaba caindo facilmente.

Só compreende quem participa e atua segundo os preceitos de Deus.


Madalena de Jesus

CAMPANHA DA FRATERNIDADE



CAMPANHA DA FRATERNIDADE

A Campanha da Fraternidade é  quaresmal. É tempo de conversão, mas a conversão não deve ser somente na quaresma e sim durante toda a vida. Deve ser manifestada em gestos concretos que demonstrem a obra da graça divina em nossa vida. O mais importante é reconhecer que Deus é o criador de todas as coisas. Ele nos deu a responsabilidade de cuidar de toda a sua obra.

A Campanha da Fraternidade de 2011 trás o tema da vida no planeta com o lema: "A criação geme em dores de parto". Defender a natureza e enfrentar o problema do aquecimento global e as mudanças climáticas  é fazer parceria com nosso Deus, e requer uma atitude séria e comprometedora em face ao meio ambiente.

Madalena de Jesus

A ARTE DE VIVER








CLÁSSICAS 

MÁXIMAS

DA VIRTUDE,

FELICIDADE

E  DA  SABEDORIA.



O Aperfeiçoamento de talentos pessoais depende de ser honesto consigo mesmo.

Procure saber, em primeiro lugar, quem você é e do que é capaz. Assim como não se pode criar grandes coisas em um instante, também leva tempo aperfeiçoar nossos talentos e atitudes. 

Estamos sempre aprendendo, sempre crescendo. É bom aceitar desafios. É desta forma que progredimos para o nível seguinte de desenvolvimento intelectual, físico ou moral. Ainda assim, não se iluda: se você  tentar ser alguém ou alguma coisa que não é, vai atrofiar seu verdadeiro eu e acabar não desenvolvendo os potenciais em que você teria se destacado naturalmente.

Dentro da ordem divina, cada um de nós tem um chamado especial. Escute o seu e siga-o fielmente.


Madalena de Jesus









sábado, 2 de abril de 2011

A CAMINHO DA PÁSCOA











A CAMINHO DA PÁSCOA




A caminhada para a Páscoa  se inicia com a Quarta-feira de Cinzas. São quarenta dias até a grande celebração. A quaresma deve ser um grande retiro espiritual para nós Cristãos, é uma preparação especial para vivermos o acontecimento maior da nossa Fé: "A Ressurreição de Jesus Cristo".
A Liturgia desse tempo nos apresenta propostas que nos ajudam a trilhar o caminho da conversão.
É também nesse tempo que a Igreja apresenta e explora temáticas bem trabalhadas com questionamentos diversos e profundos e sugestões de ações em torno da Campanha da Fraternidade. Esta, todos os anos nos trás um apelo concreto de conversão.
Este ano de 2011 ela nos leva a refletir sobre o tema "Fraternidade e a vida no planeta" e o Lema "A criação geme em dores de parto" (Rm 8,2). Como podemos perceber pelo tema e pelo lema, ela nos leva a rever nosso mode de pensar e de agir em relação à natureza.
No tempo quaresmal há três atitudes que devem ser assumidas com discrição e com maior seriedade, sem visar à auto promoção: Esmola, oração e jejum.


Madalena de Jesus