quinta-feira, 5 de maio de 2011

O CATIVAR









O CATIVAR

Segundo Antoine de Saint-Exupéry, é muito importante cultivar bons relacionamentos, e eu afirmo que é imprescindível: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
Confesso que tornou-se umas das minhas frases principais ao lado da, não menos magnânima, "Amai-Vos uns aos outros assim como Eu Vos amei, e ao próximo como a si mesmo." (do meu amado JESUS).
Nossa! Existe algo mais lindo???
São máximas de conduta de vida que deveriam ser pensadas e vivenciadas, intensa e verdadeiramente.
Mas, voltemos ao cativar de Exupéry...
O diálogo com a raposa mexeu comigo desde que eu o li pela primeira vez, então, com apenas 8 aninhos, fruto de um presente da minha madrinha, depois reli ao longo dos anos, em diversas fases de minha vida,  enfim, já tenho de relê-lo outra vez, pois considero útil e necessário refazer determinadas leituras com os olhos da maturidade do tempo decorrido...
Faço questão de reproduzir parte deste diálogo para o seu; para o nosso deleite:

A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe:
_ Por favor... cativa-me! disse ela.
_ Eu até gostaria - disse o principezinho -, mas não tenho muito tempo.
   Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
_ A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa - os homens não tem mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas, como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
_ Que é preciso fazer? _ Perguntou o pequeno príncipe.
_ È preciso ser paciente -  respondeu a raposa. _ Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
Teria sido melhor se voltasses à mesma hora _ disse a raposa. _ Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às tres eu começarei a ser feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... È preciso que haja um ritual.
_ Que é um "ritual"? _ perguntou o principezinho.
_ É uma coisa muito esquecida também - disse a raposa.
_ É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adotam um ritual. Dançam na quinta feira com as moças da aldeia. A quinta feira é então, o dia maravilhoso! (para mim também) Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias!  (o grifo e o destaque são meus).

Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
_ Ah! eu vou chorar...
(O diálogo continua. Darei um salto)

Adeus - disse a raposa - Eis o  meu segredo. É muito simples:
só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
(...) Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.

(...) Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Para mim a obra prima, acima, é sempre um deleite. Que o seja para você também. Cativemo-nos.

2 comentários:

Unknown disse...

CATIVA-ME!

Unknown disse...

Os laços do cativar são eternos.